O Laboratório de Fotogrametria do Departamento de Matemática da FCUL, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Espeleologia, executa o projecto de realização da restituição estereofotogramétrica de uma zona restrita do Maciço Calcário Estremenho.

No âmbito do protocolo assinado entre a FCUL e a SPE em Maio passado, o trabalho científico a concretizar em seis meses por João Henriques, Vasco Santos e Rita Rodrigues deve estar concluído no final deste ano.

A coordenação científica do projecto está a cargo da Prof. Paula Redweik, cabendo também à FCUL fornecer o restituidor digital e o material fotográfico a usar no processo de restituição, que utilizará fundamentalmente o módulo de criação de modelos digitais do terreno.

Este projecto conta também com o apoio do Instituto Geográfico do Exército e do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.

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Geologia no Verão 2001

"Grutas e Nascentes de Porto de Mós"

Tema da acção: Circulação de águas subterrâneas; formação das grutas; fauna das grutas; exploração de carvão em minas; flora das regiões calcárias; nível do mar no Quaternário

Espaço onde decorre a acção: Concelho de Porto de Mós - Planalto de Stº. António e região de Alvados (Fórnea de Alvados, Minas da Bezerra, Nascentes do Lena)

Datas das acções: Agosto: 4, 5, 11, 12, 18, 19, 25, 26; Setembro: 1, 2, 9, 15 16, 22, 23, 29 e 30.

Local de partida/ponto de encontro: Jardim da Ecoteca, em frente à Igreja de Porto de Mós

Número de participantes admitidos: 20 por sessão

Hora de início: 9h 30m

Duração aproximada: 7 horas

Características do percurso:
- Todo o circuito se faz por caminho de pé posto, com alguns troços por estrada de terra ou a corta-mato;
- As visitas às grutas incluem apenas a entrada na zona vestibular, com baixo grau de dificuldade;
- Será fornecido equipamento adequado (capacete com iluminação de actetileno e eléctrica).

Telefones para inscrição:
93 356 33 92 / 96 652 33 41

Inscrições até às 22.00 horas do dia anterior à acção

Responsáveis: Pedro Ferreira / Nuno Dias

Equipa: Ana Brás, Ana Gomes, Andreia Lourenço, Angela Silva, Bruno Serra, Mafalda Estudante, Nuno Dias, Paulo Ramos, Pedro Ferreira, Rita Pereira, Sara Guerra, Vitor Santos.

 

IMPORTANTE: Os interessados devem possuir viatura própria e levar botas de campo, chapéu, farnel, água (1,5L por pessoa) e protector solar.

Apoio: PNSAC (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros).

PROGRAMA

A - Ponto de encontro: Jardim da Ecoteca, em frente à Igreja de Porto de Mós.

B - Percurso da manhã:

1. A morfologia da região: O maciço calcário e a erosão regressiva da Fórnea.

Fórnea de Alvados - Foto: J. Crispim / SPE 1988


2. Circulação de águas subterrâneas nas regiões calcárias - as grutas, sua protecção e conservação; visita à gruta Cova da Velha (grutas activas; fauna e flora em grutas).

Cova da Velha - Foto: A. Sobreira/ SPE

C - Almoço

D - Percurso da tarde:

3. A depressão de Alvados (Polje de Alvados): Castelo de Alcaria e Gruta da Mouração (interesse arqueológico das grutas), falhas e escarpas de falha.

Costa de Alvados - Foto: J. Crispim / SPE 1988


4. Nascentes cársicas do Lena: Cabeço de Pedra, Tapada das Freiras, Minhola do Maneta, Olho de Água da Ribeira de Cima; captação e controle da emergência de águas subterrâneas; evolução do Quaternário.

E - Opcional
(condicionado pela hora e disponibilidade dos visitantes)

5. Localidade da Bezerra: visita às minas de carvão - a exploração, enquadramento geológico das lenhites, observação dos restos de carvão nas escombreiras.

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Geologia no Verão 2001

"Serra de Montejunto - Miradouro da Estremadura"

Introdução
A Serra de Montejunto é conhecida como "miradouro da Estremadura", pois dela se avista grande extensão de paisagem desta província litoral de Portugal.
Este relevo anticlinal de vertentes abruptas atinge cota máxima de 666 metros, no vértice geodésico Montejunto.
Caminhando de Cabanas de Torres, início do percurso, para norte, afloram formações margosas e greso-arenosas, seguindo-se uma faixa estreita de calcários oolíticos e recifais (calcários corálicos de Amaral). A subida para a serra inicia-se em formações mais antigas constituídas por margas e argilas com algumas intercalações de natureza detrítica (Margas de Abadia). Ainda no flanco sul do anticlinal podemos observar as camadas dos calcários de Montejunto, onde se podem encontrar, por exemplo, fósseis de amonites. No topo da serra, nas camadas de calcário do Jurássico médio, os fenómenos de carsificação originaram extensos campos de lapiás.
A tectónica deixou marcas impressivas na Serra de Montejunto, sendo limitada pelas falhas de Rocha Forte, de Pragança e de Tojeira. Para além destas, existe ainda um conjunto de outras três falhas, designado por Falhas de Areeiro, e que intersecta longitudinalmente o anticlinal. Ao longo do percurso será possível observar vários tipos de estruturas secundárias associadas aos acidentes principais.


Tema da acção:

1. As diferentes litologias presentes, conteúdo fossílifero, contactos geológicos e litoestratigrafia;
2. Anticlinal de Montejunto - principais acidentes estruturais (falha de Montejunto, falha de Areeiro, falha de Pragança, falha da Tojeira) e outras estruturas associadas;
3. Geomorfologia da Serra - principais relevos e depressões, mecanismos geodinâmicos responsáveis pela sua formação;
4. Hidrogeologia - circulação de águas subterrâneas, formas cársicas, grutas e nascentes.

Espaço onde decorre a acção: Serra de Montejunto (Concelho de Torres Vedras).

Datas das acções: Agosto: 4, 5, 18, 19; Setembro: 1, 2, 15, 16, 29, 30.

Local de partida/ponto de encontro: Cabanas de Torres
(Concelho de Torres Vedras).

Número de participantes admitidos: 20 por sessão.

Hora de início: 10.00h.

Duração aproximada: 6 horas.

Características do percurso:
- Todo o circuito se faz por caminho de pé posto, com alguns troços por estrada de terra ou a corta-mato.

Inscrição gratuita

Telefones para inscrição:
93 356 33 92 / 96 652 33 41.

Responsáveis: Pedro Ferreira / Paulo Ramos.

Equipa: Ana Brás, Ana Gomes, Andreia Lourenço, Angela Silva, Bruno Serra, Mafalda Estudante, Nuno Dias, Paulo Ramos, Pedro Ferreira, Rita Pereira, Sara Guerra, Vitor Santos.

IMPORTANTE: Os interessados devem possuir viatura própria e levar botas de campo, chapéu, farnel, água (1,5L por pessoa) e protector solar.

PROGRAMA

A. Ponto de encontro: Desvio para Cabanas de Torres

B. Início do percurso:

1. Início da subida para a Serra: os calcários corálicos do Amaral e as margas de Abadia.

2. Falha de Montejunto: a falha de Montejunto e estruturas associadas (dobras de arraste, estrias, veios de calcite e planos estilóliticos).

C. Almoço

Amonite - Foto: J. A. Crispim

 

3. Subida da Vale das Rosas: paisagem da vertente do sopé da serra, camadas de Montejunto, camadas de Cabaços, as cascalheiras, campos de lapiás.

4. Penhas do Relvio: falha do Areeiro e estruturas associadas

Vertente Sul da Serra - Foto: J. A. Crispim

 

Planície do Tejo - Foto: António Sobreira


5. Miradouro de Montejunto: Serra de Todo Mundo, Maciço Calcário Estremenho, Serra da Ota, Monte Redondo.

 

Plataforma Litoral - Foto: Pedro Ferreira

 

D. Percursos Opcionais

6. Quinta da Serra: dolinas e uvalas, pequenas intrusões na falha do Areeiro.

7. Miradouro Cruz da Salve-Rainha: vista da Plataforma Litoral, visita à Lapa da Salve-Rainha.

8. Barrouco da Areia: areeiros, e lapas associadas à exploração, cascalheira consolidada.


Lapiás - Foto: J. A. Crispim

 

Gruta do Regatinho - Topografia parcial

Regatinho 2001

Este verão retomaremos os trabalhos de exploração e estudo de uma das mais importantes grutas da região de Minde - O REGATINHO.
As explorações efectuadas no ano passado - REGATINHO 2000 - realimentaram as expectativas que já vinham de anos anteriores e forneceram novos desafios que iremos ultrapassar este ano.
Terá oportunidade de participar nos trabalhos que nos levarão a fantásticasdescobertas, colaborando ou liderando as equipas de bombeamento, exploração a seco, topografia, fotografia e desobstrução.
Os participantes podem pernoitar em Minde durante os dias de participação e requisitar o equipamento individual necessário.

Organização: SPE - Minde
Contacto:
Luís Miguel Lopes

Lista de inscritos:
Luís Miguel Lopes
José António Crispim
António Sobreira
João Gonçalves Henriques
Ricardo Nogueira
Paulo Alexandre Adão Pereira
Cristina Lopes
Piotr Gajek
José Falagueira
Pierrich Liemard
Thierry Carre
Delphine Flavigny
Bertrand Wilm
Mathilde Gros
Didier Delbrel
Vitor Leal
Paulo Caetano
Paulo Rodrigues
João António Alberto Abreu

 

Habilita à Certificação de Mergulhador Amador Nacional
Habilita à Certificação Internacional
Imprescindível para uma futura especialização em Espeleo-Mergulho
 
Estrutura do curso:
8 sessões teóricas.
5 sessões práticas em piscina.
5 sessões práticas em mar.
As sessões estão divididas em três módulos:
Módulo 1: Tem a duração de um mês, com duas aulas teóricas por semana em horário pós-laboral e aulas práticas ao fim-de-semana.
Módulo 2: Tem a duração de dois fins-de-semana, das 10:00h às 19:00h.
Módulo 3: Tem a duração de uma semana, de segunda a sexta, das 10:00h às 17:00h
 
Local:
Módulo 1 - São João do Estoril.
Módulo 2 - Sagres.
Módulo 3 - Sagres.
 
O curso inclui:
Manual de Formação, Livro de Registo de Imersões, Caderneta de Mergulhador Amador, Cartão Internacional.
Fornecemos todo o equipamento necessário para a realização do curso.
 
Documentação necessária:
Fotocópia do B.I., 3 fotografias tipo passe, Atestado Médico, Exames Médicos.
 
Preço:
73.500$00 + 4.500$00 (seguro válido por um ano que cobre qualquer acidente causado durante a prática da actividade subaquática).
Sócios da SPE: 50.000$00 (grupo mínimo de 6 pessoas)
Para mais informações contacte-nos para os telefones:
96 532 33 32, 21 468 93 48

18 – 22 Junho 2001
Alviela/Alcanena/PNSAC

Organização:
Sociedade Portuguesa de Espeleologia

Apoios:
PNSAC
OCEANOX
SUBACQUA

O consócio Carlos Alberto da Costa Almeida (n.º 228) ganhou o concurso para Professor Catedrático do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa, instituição onde se licenciou e mais tarde doutorou com a tese "Hidrogeologia do Algarve Central".

Sócio da SPE desde 1962, exerceu vários cargos na Direcção, no Conselho Técnico de Estudos e Pesquisas e no Conselho Fiscal no período de 1963 – 1985.

Iniciou a sua actividade espeleológica na região de Lisboa, "marcado" pela Gruta de Alvide, onde chegou a participar num acampamento no interior da cavidade. Na Serra de Montejunto fez várias explorações e acompanhou a equipa do Prof. Fernando Real nos trabalhos de prospecção e exploração, nos anos 60.

Esteve nas primeiras explorações com guincho do Algar das Gralhas VII e nas primeiras visitas à Gruta do Regatinho, em 1962, com Artur Alves Pereira, Condinho, Armando Cardoso, Zé Avelar, Daniel e Santos Vieira, equipa que, na mesma época, também atacou o Algar da Lomba, a Gruta da Contenda e o Algar do Vale da Ponte, e depois, o Algar da Arroteia, a Cova da Velha e a Gruta do Mindinho. Acompanhou também prospecções arqueológicas com Carl Harpsöe e Farinha dos Santos na região do Escoural e S. Luís.

Nos anos 70 participou com Lourenço Pereira, Crispim, Sena, Terra, Zilhão, Bento, Sá Pires, Marote, Orlando e Vítor Leal, entre outros, em diversas explorações (Vila Nova de Ourém, Moita das Porcas, Moinhos Velhos, Manga Larga).

Ainda na década de 70 participou com Carlos Calado, Marote, Crispim, Vitor Leal, etc., na "Prospecção dos Valores Espeleológicos da Região Litoral Centro" e depois, na década de 80 na "Prospecção Espeleológica do Algarve".

Participou também no primeiro encontro de espeleólogos espanhóis e portugueses em Granada (década de 70) onde visitou a Cueva del Água e o Sima del Duende (Sierra Harana e Sierra Elvira).

Na década de 90 foi membro da COST Action65 – "Hydrogeological aspects of groundwater protection in karst areas".

Actualmente é presidente do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa, é casado com a Marina, é pai da Susana (sócia da SPE com o n.º 749) e é avô do António (que ainda não sabe o que é Espeleologia).

Costa Almeida transpondo passagem estreita no Algar das Gralhas IV

Foto: Costa Almeida transpondo passagem estreita no Algar das Gralhas IV (Foto Eduardo Gageiro, 1964)

 

 

PRIMEIRA CIRCULAR

Pré-inscrição:
A inscrição no congresso pode ser feita por correio, por fax ou via internet

Comunicações:
Os participantes que quiserem apresentar comunicações devem contactar com antecedência. Os textos serão incluídos nas actas do congresso. A apresentação de posters está dificultada pela falta de espaço (contactar).

Saídas de campo:
Prevêem-se três graus de dificuldade para as saídas de Domingo. Quem não tiver equipamento completo pode alugar.

Jantar convívio:
É necessário fazer marcação na Pré-inscrição. O pagamento é feito com a inscrição.

Alojamentos:
A pernoita de Sábado para Domingo está a ser negociada com várias entidades para se obter condições favoráveis.

Transportes:
Na 2ª circular será fornecido o horário dos Expressos para Alcanena.

NOTA: A 2ª circular só será enviada aos pré-inscritos

 

PROGRAMA

Sábado, 5 de Maio de 2001

09:00h

Reunião do Congresso Nacional

12:00h

Visita à Nascente de Vila Moreira

13:00h

Almoço

15:00h

Abertura Solene do ESPELEOCONGRESSO

16:00h

Comunicações

21:00h

Jantar convívio

Domingo, 6 de Maio de 2001

09:00h

Reunião do Congresso Nacional

17:30h

Saídas de Campo
Alviela - Algar do Pena
Algar da Marrada I
Algar da Marrada II

 

COMUNICAÇÕES

“Uso Sustentado do Património Espeleológico”, por Olímpio Martins - PNSAC

“Algumas diferenças entre estalactites e estalagmites”, por J. A. Crispim - SPE

"Contribuição da Espeleologia para a divulgação do património geológico – Geologia no Verão 2000", por Nuno Dias - SPE

"A metodologia pedagógica para a formação e prática da Espeleologia", por Gabriel Mendes - AES

"Um Museu interactivo e Experimentável das ciências e técnicas espeleológicas", Bruno Serra - SPE

"Encontro Nacional de Espeleologia de Sintra", por Paulo Janela - AES

"Técnicas - Evolução e tendências", por Paulo Almeida - SPE

"Condições de carsificação na região envolvente do Algar do Pena", Pedro Ferreira - SPE

"Espeleo-Socorro - Importância dos primeiros passos", por Paulo Almeida - SPE

"Traçagens na circulação subterrânea no troço final da Gruta da Nascente do Almonda", por Ana Brás - SPE

“O Menino do Lapedo”, por João Zilhão - SPE

 

ASSOCIAÇÕES PARTICIPANTES

AES - Associação dos Espeleólogos de Sintra

AESDA - Associação de Estudos Subterrâneos e Defesa do Ambiente

ESPELEOTURA - Grupo de espeleologia e Aventura de Gaia

GEV - Grupo Espeleológico de Valongo

NECA - Núcleo de Espeleologia da Costa Azul

SUBTERRA - Grupo de Espeleologia

 


Nascente de Vila Moreira

 


Almoço

 


Abertura Solene

 



Comunicações

 


Jantar convívio

 


Saídas de Campo
Alviela - Algar do Pena

 

 


Auditório Conde Ferreira
Sesimbra

Inaugura dia 10 de Agosto
Realização:
NECA - Núcleo de Espeleologia da Costa Azul

 

Cartaz Moinhos Velhos 2000

Pausa no trabalho à entrada da Gruta do Regatinho Pausa no trabalho à entrada da gruta
Foto: SPE / J. A. Crispim (2000)

Controlando a disposição da mangueira na Gruta do Regatinho Controlando a disposição da mangueira
Foto: SPE / J. A. Crispim (2000)

Mais uma pausa (forçada) junto ao primeiro sifão na Gruta do Regatinho Luís Miguel Lopes - Mais uma pausa (forçada) junto ao primeiro sifão
Foto: SPE / António Sobreira (2000)

Paulo Caetano à saida da galeria explorada na Gruta do Regatinho
Paulo Caetano à saida da galeria explorada
Foto: SPE / António Sobreira (2000)

Primeiros metros de exploração no “desconhecido na Gruta do Regatinho Paulo Ramos - Primeiros metros de exploração no “desconhecido”
Foto: SPE / António Sobreira (2000)

Galeria de ligação entre sifões na Gruta do Regatinho Galeria de ligação entre sifões
Foto: SPE / António Sobreira (2000)

Bombeamento do último poço explorado na Gruta do Regatinho Bombeamento do último poço explorado
Foto: SPE / António Sobreira (2000)

 

REGATINHO 2000

"A CAMINHO DO DESCONHECIDO"

Na sequência dos trabalhos dos anos anteriores, em que houve uma incursão numa galeria lateral promissora em termos de continuação, "Mais um Passo no Desconhecido" foi o tema para a continuação da exploração do Regatinho.
Mais uma vez, mobilizámos os meios adequados de bombeamento para ultrapassar as dificuldades de progressão que a gruta nos apresenta: ressaltos, sifões e muita argila.
Toda a preparação do trabalho teve de ser elaborada nos meses precedentes ao início do projecto. A verificação dos equipamentos e instalação da baixada de electricidade são trabalhos tão importantes como a exploração em si, pois sem eles, não poderíamos, sequer, entrar na gruta.
Assim, a exploração teve início no principio de Agosto, tendo-se começado por equipar o ressalto da rampa de entrada da gruta e procedendo-se à instalação dos equipamentos de bombeamento para vazar o primeiro sifão, o "Sifão da entrada", permitindo-nos a progressão.
Após esta fase, avançou-se para a "Galeria Principal". O acesso a esta efectua-se através de um ressalto, passando-se pelo "Lago" (pequena depressão que acumula água no seu interior). Para nossa surpresa, este não continha água, mas sim argilas muito finas e macias. As argilas depositadas no fundo do "Lago" mais pareceriam areias movediças que, para além de nos dificultar a progressão, deixava-nos de outra cor, da cor da argila!. Improvisámos, por isso, uma ponte suspensa que nos permitia passar pelo "Lago" sem entrarmos em contacto com as argilas.
Solucionado este problema, passou-se à instalação do restante material de bombeamento, que nos permitiu avançar para a "Galeria do Nicho", a tal que nos havia despertado interesse em anos anteriores.
Esta galeria situa-se, mais ou menos, a meio da "Galeria Principal", aproximadamente a 350 metros da entrada da gruta. Poder-se-á dizer que foi neste ponto que começamos a verdadeira exploração.
O bombeamento dos sucessivos pequenos sifões desta galeria revelou-se problemático, pois devido à distância da entrada, vimo-nos obrigados a enviar a água destes sifões para o "Sifão da entrada" e deste para a superfície. O tempo de funcionamento das várias bombas teve de ser devidamente coordenado para que nenhum dos sifões entretanto já bombeados fechasse. Além do mais, nesta galeria não circulava ar, o que tornava o ambiente pesado ao fim de algum tempo de permanência nela. Desta forma, qualquer movimento que efectuássemos, por mais pequeno que fosse, era um verdadeiro suplício, ficando nós com uma sensação de cansaço como se tivéssemos acabado de disputar uma prova de atletismo. Com algum esforço, fomos bombeando os sifões que nos apareciam, até que o penúltimo que vazámos devolveu a circulação de ar à galeria.
Entretanto, o nosso tempo de exploração estava a terminar, pelo que tivémos de pensar em desmontar e retirar os equipamentos instalados. Não sem antes termos efectuado o que compete aos espeleólogos: topografar a zona descoberta e juntá-la à topografia existente, efectuada em anteriores explorações, e também, fotografar não só a área descoberta, mas também outros pormenores em galerias já exploradas, mas que apenas desta vez reparámos ou apenas agora houve tempo para o fazer.
Faltava-nos retirar todo o equipamento da gruta, o que foi efectuado em duas fases e por duas equipas distintas. Numa primeira fase, retiraram-se as mangueiras e cabos eléctricos da zona descoberta, deixando o "Sifão da entrada" equipado para que o mesmo não fechasse entretanto. Em seguida, desequipámos e retirámos os equipamentos do "Sifão da entrada" e finalmente, desmontámos todas as amarrações que serviram para nos dar segurança e também para traccionar alguns itens mais pesados, como as bombas submersas e alguns rolos de cabo mais comprido.
As desequipagens de grutas onde são efectuados bombeamentos são particularmente alegres, pois além de juntar quase toda a equipa que explorou a gruta, alguns dos comentários ao trabalho de retirada dos equipamentos são hilariantes. Se a descer todos os santos ajudam, temos de subir quando desequipamos e, nesse caso, nem todos os santos ajudam, de facto temos dúvidas se existe algum que ajude.
Todos sabemos que a gruta teima em esconder os seus segredos, mas, nós espeleólogos, somos demasiado curiosos, algo nos atrai no desconhecido.
Temos a certeza que na próxima época de exploração voltaremos ao Regatinho com a mesma vontade e entusiasmo de sempre, pois ansiamos mergulhar no desconhecido e voltar com relatos de novas descobertas.

 

Texto de:
João Henriques
Luís Miguel Lopes

 

 

PARTICIPANTES

Luís Miguel Lopes

 

Paulo Rodrigues

Pedro Marote

António Sobreira

 

Bruno Serra

Cristina Lopes

José António Crispim

 

Nuno Dias

Ana Brás

Paulo Caetano

 

Paulo Ramos

Nuno Alexandre Nogueira

Luís Barbosa

 

Pedro Robalo

Joana Mila

João Varela

 

Ricardo Nogueira

Carlos Barbosa

João Henriques

 

Nuno Frade

Maria Laura Anastácio

Pedro Ferreira

 

Vitor Leal

 

Apoio de:
IPJ
Junta de Freguesia de Minde

Organizado pela Delegação de Minde da SPE