Este algar foi descido pela primeira vez em 1971 por uma equipa da SPE constituída por Sá Pires e Edgar Ximenes, embora já houvesse na SPE alusão à existência desta gruta. Esta equipa, que trabalhava no âmbito do levantamento das grutas do concelho de Vila Nova de Ourém, elaborou também o primeiro esboço topográfico do algar. Situado a cerca de 340 metros de altitude, já perto do sopé da vertente setentrional da Serra de Aire (cabeço da Goucha Larga), é dos poucos algares da região que atinge galerias fósseis. Após a descida do poço inicial com cerca de 50 metros atinge-se uma galeria larga que se desenvolve na direcção norte-sul e alcança uma extensão de cerca de 100 metros. A parte central e setentrional desta galeria é bastante concrecionada mas na parte sul a morfologia transforma-se e os abatimentos recentes do tecto dominam a paisagem. Uma passagem estreita e outra a meia altura na parede leste do poço de entrada dão acesso a outras partes da gruta com alguns aspectos curiosos a não perder pelo visitante interessado no estudo da evolução desta cavidade e da região. A profundidade máxima é, contudo, inferior a 70 metros. A entrada bastante larga é coberta por árvores de porte razoável a cujos troncos se pode, inclusivamente, fazer as amarrações. Esta vertente da Serra de Aire estende-se até junto da povoação do Bairro que fica bastante perto da famosa jazida de pegadas de dinossáurios da Pedreira do Galinha. Subindo um pouco nesta vertente avista-se todo o Planalto de S. Mamede, sendo visível o nível de aplanações culminante (“nível das Pias”), a plataforma de Fátima e os terrenos da bacia cretácica de Ourém, onde se destaca o Castelo de Ourém, num cabeço constituído por calcários cretácicos. Em dias de boa visibilidade são facilmente observáveis as serras calcárias de Alvaiázere e Sicó e ainda algumas das serras da cordilheira central, nomeadamente as serras de xisto, situadas na zona sudoeste. | |
Aspecto típico da boca do Algar da Malhada de Dentro, com Pilar Vicente à entrada. Foto JACrispim/SPE, 2008 | Pedro Fonseca e Mário Simões equipando um novo poço no fundo do Algar da Malhada de Dentro. Foto JACrispim/SPE, 1988 |
J.A.Crispim, Maio 2012 | |
Como citar este artigo: Crispim, J.A., O Algar da Malhada de Dentro, na vertente nordeste da Serra de Aire, in https://www.spe.pt/espeleologia/prospeccao-e-cadastro-espeleologia/338-o-algar-da-malhada-de-dentro-na-vertente-nordeste-da-serra-de-aire, Maio 2012 |
O Algar da Malhada de Dentro, na vertente nordeste da Serra de Aire
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