A Sociedade Portuguesa de Espeleologia (SPE) é uma organização não governamental de ambiente (ONGA), sem fins lucrativos, dedicada fundamentalmente à espeleologia científica, desenvolvendo para isso atividades de prospeção, exploração e estudo das grutas em Portugal.
As principais regiões de atuação da Espeleologia são constituídas por calcários, onde ocorre a corrosão da rocha por ação da água. Originam-se formas típicas, superficiais e subterrâneas, destacando-se destas últimas as cavidades naturais conhecidas por ‘algares’ ou ‘lapas’, consoante a entrada seja vertical ou horizontal, respetivamente. As entradas para os algares e lapas resultam do lento trabalho dos processos de corrosão no interior da rocha, complementados com a erosão superficial que promove o recuo das vertentes. Num certo momento, de forma gradual, por alargamento progressivo de baixo para cima, ou subitamente, por colapso, abre-se uma entrada para a gruta.
No entanto, em muitos casos a comunicação da gruta com o exterior é muito estreita, não sendo detetada facilmente e podendo, além disso, ficar sujeita a obstrução com terra e pedras. O estudo efetuado por geólogo ou geomorfólogo com experiência em regiões cársicas (as regiões de rochas carbonatadas onde ocorrem os fenómenos de corrosão) e conhecedor dos processos espeleogenéticos (os processos relacionados com a formação das grutas) permite muitas vezes estudar indícios ligeiros que levam em geral à descoberta de entradas ocultadas por processos naturais ou antrópicos.
Nos casos em que nem sequer há indícios à superfície, pode-se recorrer à geofísica. De entre as várias técnicas, refira-se a geoelétrica, que permite assinalar cavidades de grandes dimensões, e o georradar que consegue identificar cavidades mais superficiais, mesmo pequenas.