Faleceu no fim de maio Adolfo Eraso Romero, uma das grandes referências da Espeleologia científica do país vizinho. No início da sua vivência espeleológica (década de 1950) destaca-se a ligação ao famoso espeleólogo de origem basca Félix Ruiz de Arcaute com quem explora as grutas do polje de Zaldibe (Maciço de Urbasa-Entzia, Navarra-País Basco) e se associa na exploração da Torca del Carlista. Pouco depois, com o Grupo Espeleológico Edelweiss participa nas primeiras campanhas de exploração do Ojo Guareña (Burgos). Promove a criação do Grupo Espeleológico Alavés, nos anos sessenta e, já na década seguinte, está também na origem da formação de um grupo em Madrid ligado à Standard Eléctrica, juntamente com Carlos Puch e Felix Moreno Sorli que viemos (Carlos Costa Almeida, Carlos Sá Pires, Pilar Vicente da Silva e José António Crispim) a conhecer na expedição a Granada onde se exploraram várias grutas das Subbéticas (Sierra Harana). Foi sócio fundador e honorário da SEDECK – Sociedad Española de Espeleología e Ciencias del Karst. Das suas contribuições para o avanço da Espeleologia, uma das primeiras foi apresentada em 1973 no 6º Congresso Internacional de Espeleologia, em Olomouc, onde a SPE o conheceu, e tinha a ver com um “Nuevo método en la investigación del karst: los modelos naturales y la convergência de formas”, no qual chamava a atenção para o facto de formas idênticas aparecerem em diversos tipos de materiais (calcários, gessos, gelo) e o potencial desta circunstância no desenvolvimento de modelos espeleogenéticos. Em 1986, no 9º Congresso, em Barcelona, onde também convivemos, apresentou um tema que defenderia com afinco durante as suas investigações: “The prediction method of the principal directions of drainage in karst”, que releva a importância da fracturação na determinação da orientação das redes subterrâneas. Nos últimos anos da sua vida dedicou-se ao estudo da formação das grutas em gelos, como corolário da fundação em 2010 da GLACKMA – Glaciares, Criocarso e Meio Ambiente, na sequência de um projecto com a mesma designação que desenvolvia desde o início do milénio (2001). Em 1995 é arguente da tese de doutoramento de José António Crispim e visita várias regiões cársicas de Portugal. Foi como membro da União Internacional de Espeleologia, de que foi presidente, que voltámos a encontrá-lo em vários congressos da UIS e depois, já no início do milénio nas XVII Jornadas Científicas de la SEDECK carso de Ranero, (Karrantza, Bizkaia), justamente num dos seus vários regressos à região da Torca del Carlista. |
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Adolfo Eraso Romero (1934-2021)
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