Exploração do Algar do Monte da Queijeira

Numa visita prévia ao local dos abatimentos constatou-se que apenas um deles é penetrável. A cavidade é constituída por dois poços compreendidos numa única boca com 17 metros de largura máxima. O poço noroeste é mais largo e tem a forma de funil, enquanto que o poço sudeste é em cilindro irregular ligeiramente achatado. Aflora apenas um pitão de dolomitos a meio do lado norte, sendo o restante perímetro constituído por solos argilosos com abundantes calhaus.

A descida efectuou-se por esse pitão até um septo constituído por solos de preenchimento que separa os dois poços. Continuando ao longo da parede rochosa pelo poço noroeste, menos instável que o outro, foi possível descer até ao ponto onde as paredes estão recobertas pelos sedimentos argilosos.

A 43,5 metros de profundidade existe um rio subterrâneo. Este rio faz comunicar os dois poços e está situado no alinhamento da Cova da Moura (noroeste – sudeste), outra importante cavidade do sistema aquífero da Escusa (dolomitos do Devónico médio) e alimenta a exsurgência dos Olhos de Água e outras situadas na Ribeira de Porto de Espada.

A parte terminal dos poços e a galeria estão muito instáveis, observando-se constantes desabamentos que obrigaram à retirada da equipa de exploração.
Embora a área já esteja circundada com fita, será vedada de forma mais eficaz devido ao potencial risco que os desmoronamentos representam para os muitos curiosos que visitam o local.

A continuação da exploração, para a qual já foi disponibilizado o apoio da Câmara Municipal de Marvão, será retomada após apreciação favorável da estabilização das paredes dos poços e tecto da galeria.

Os acessos foram facilitados pelo proprietário do Monte da Queijeira, Dr. Fernando Andrade, e a estadia no local foi acompanhada pelo Vice-Pres. da Câmara de Marvão, Luís Vitorino, pela Protecção Civil e pela GNR, aos quais agradecemos.

Aspecto da entrada do algar. Em primeiro
plano o poço noroeste. Observa-se o septo
de separação dos dois poços (Foto H. Rézio, 2013/SPE)
 

A entrada do poço noroeste vista de baixo (Foto J.A.Crispim, 2013/SPE, CeGUL)
 

Vista da parte final do poço noroeste com
as paredes cobertas por sedimentos
detríticos (Foto J.A.Crispim, 2013/SPE, CeGUL)