Cadastro

Após contactos com o Pres. da Câmara Municipal de Marvão, Vítor Frutuoso, e Pres. da Junta de Freguesia de São Salvador de Aramenha, Tomás Morgado, uma equipa constituída por elementos da SPE e FCUL deslocou-se ao Monte da Queijeira para observar e explorar os abatimentos de terreno recentemente ocorridos.
Numa visita prévia ao local dos abatimentos constatou-se que apenas um deles é penetrável. A cavidade é constituída por dois poços compreendidos numa única boca com 17m de largura máxima. O poço noroeste é mais largo e tem a forma de funil, enquanto que o poço sudeste é em cilindro irregular ligeiramente achatado. Aflora apenas um pitão de dolomitos a meio do lado norte, sendo o restante perímetro constituído por solos argilosos com abundantes calhaus. Algar do Monte da Queijeira. (Foto H. Rézio, 2013/Sociedade Portuguesa de Espeleologia)
Aspecto da entrada do algar. Em primeiro plano o poço noroeste. Observa-se o septo
de separação dos dois poços (Foto H. Rézio, 2013/SPE)
A Gruta do Mindinho a norte de Mira de Aire

Das grutas de Mira de Aire esta é talvez a menos famosa, se a compararmos com as de Moinhos Velhos, Pena, Contenda e Olho, e até mesmo com as grutas da Fraga, da Bailarina e Pedreira do Batista, o que se deve certamente ao facto de se situar numa área já afastada do núcleo da vila.
De qualquer modo, ela fez parte das primeiras visitas do período de fundação da SPE, muitas das quais guiadas pelo Sr. Manuel da Tia, e continuou a chamar a atenção das gerações seguintes de espeleólogos que dinamizaram a SPE nos anos sessenta e setenta.
A água acumulada numa zona estreita e lamacenta da parte mais profunda era o término das incursões exploratórias.
São de meados dos anos setenta as explorações de João Ponces de Carvalho e Henrique Cabreira. O delinear de uma estratégia global de estudo das circulações subterrâneas no Polje de Minde, que seria posta em prática nos anos oitenta, começa realmente com tentativas de mergulho em apneia e de esvaziar com balde a água que impedia a passagem. Ainda sem dominar as técnicas de bombeamento pesado, os primeiros esforços, realizados com equipamento muito ligeiro e com capacidades escassas, tiveram um sucesso limitado.

Final dos anos 60, início dos anos 70. Em Alvados era grande a febre por grutas, estalactites e estalagmites. As Grutas de Santo António atraíam dezenas de autocarros que faziam intermináveis filas desde Moitas Vendas até à Aldeia da Serra de Santo António e por aí acima chegavam quase à Pedra do Altar. Em Alvados era mostrado aos espeleólogos de então um grande algar na Ladeira dos Carrascos, que passou a ser designado por Algar do Cabeço do Roubo. Não longe, uma lapa, que levava o mesmo nome do algar, tinha em comum com ele a presença de estalactites e estalagmites.
Estava traçado o nascimento de outra gruta turística, baptizada apenas “de Alvados”, que iria rivalizar, não só com a vizinha de Santo António, mas também com as de Mira de Aire. As três dividiriam largos milhares de turistas num Portugal em ascensão económica após o 25 de Abril.
Encontrar outras grutas com estalactites para abrir ao turismo foi por esses tempos a ideia de muitos habitantes dessas aldeias da serra mas em Alvados um se destacou: o Sr. João Lopes. Além das muitas lapas visitadas ele ainda se lançou na aventura de desobstruir a nascente que dá nome a uma das escarpas de falha mais proeminentes na paisagem do polje de Alvados, a Falsa. Encontrariam água em permanência por trás desta nascente falsa, que só nalguns meses de Inverno alimenta o perdido ribeiro que dá água ao Rio Cabrão? Descobririam outra gruta turística?
Nascente da Falsa
Vistas de jusante da nascente da Falsa, com Pedro Marote.
Foto JACrispim/CEGUL, SPE, 1996

10 GRUTAS CLÁSSICAS

DA ESPELEOLOGIA PORTUGUESA

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Nota: A fotografia que serve de base a este cartaz, foi efectuada durante uma campanha de prospecção em 1971 por J.A.Crispim e João Sena. Foi pedido ao Sr. Zé das Covas e ao amigo para se sentarem à boca do Algar do Cofelo em posição que permitisse simular a fotografia publicada por E. Fleury, demonstrando assim tratar-se do algar não identificado referido por ele.

 

Datas
prováveis

Grutas

Pré-inscrição desde:

Inscrição
até:

18 e/ou 19 Fev.2012

Bajanca - Cofelo

6.Fev.2012

16.Fev.2012

10.Mar.2012

Fetalinhos

13.Fev.2012

8.Mar.2012

24.Mar.2012

Arroteia

13.Fev.2012

22.Mar.2012

28.Abr.2012

Chou Jorge

13.Fev.2012

26.Abr.2012

12 e/ou 13 Mai.2012

Gralhas VII

13.Fev.2012

10.Mai.2012

26.Mai.2012

Ladoeiro

13.Fev.2012

24.Mai.2012

2 e/ou 3 Jun.2012

Malhada de Dentro

13.Fev.2012

31.Mai.2012

16 e/ou 17 Jun.2012

Manga Larga

13.Fev.2012

14.Jun.2012

15.Jul.2012

Lomba

13.Fev.2012

12.Jul.2012

28 e/ou 29 Jul.2012

Falsa

13.Fev.2012

26.Jul.2012

O Algar da Lomba foi descido pela primeira vez pela SPE em Abril de 1963. Vivia-se a época da descida por guincho nos grandes algares, à imagem do que se fazia em França e nos chegava através das notícias de jornais, por vezes trágicas notícias, como a da morte de Marcel Loubens, falecido cerca de uma dezena de anos antes na Pierre-Saint-Martin devido a um acidente durante a subida com guincho.
Se as dimensões da boca do Algar da Lomba permitiram a fácil instalação do guincho, já o facto de apresentar algumas passagens estreitas não favorecia o posicionamento ideal do cabo de aço, que em vários locais cortava a rocha das paredes do algar. A profundidade impedia a comunicação directa entre o fundo e a superfície e a utilização de telefone era um factor adicional de complicação das manobras. Este era o algar com o maior poço directo (80 m) descido até então pela SPE, factor que se juntava aos anteriores para impedir o sucesso da exploração. Da conturbada sequência de operações, resultou uma topografia feita por telefone, uma muito incompleta exploração do algar e o repetido adiamento de novas incursões. Algar da Lomba

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